quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Com lápis e caderno na mão eu me desfaço, já não sou mais eu, me perco em pensamentos e sentimentos que nem minha própria mente e capaz de compreender, apenas o lápis me compreende, transmitindo fielmente meus quereres para a folha, pois essa é minha válvula de escape para tudo, só assim que me liberto desta prisão sufocante que é a vida. As vezes sinto-me como se eu fosse um pássaro preso em uma gaiola, mas que nem por isso deixa de cantar e mostrar como é bela sua voz, outras vezes sinto-me um pássaro que voa livre sem destino, nem tino. Escrever é algo constante, escrevo quando a felicidade em mim habita, ou quando a tristeza me abate, quando os sorrisos são evidentes em meu rosto, ou quando a saudade meu peito invade. Quando eu escrevo, eu sinto que posso dominar o mundo, sinto que posso viver melhor e respirar um ar puro sentindo apenas a leveza das palavras. Posso ser morte, ou vida, posso ser sóbrio, ou louco, posso ser tudo e mais um pouco, posso ser você, ou o mundo, basta apenas escrever para ludibriar minha mente, e tornar-me dono dos meus quereres.
É gostoso o sentimento dos dias chuvosos, mas o sentimento de chuva dentro de mim é como tortura... Como fazer isso passar? Eu já estou inundada por tantos sentimentos, por tantas dores, tantos medos, que essa chuva fria de incertezas, raiva, angústia e sei lá mais o que vai acabar me matando afogada. Eu estou inundada, eu estou me afundando, eu estou me afogando. Deus, eu vou me salvar dessa vez?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Me fizeram acreditar que as raízes estão onde eu nasci, onde eu cresci, no lar onde fui criada. Isso pode não ser mentira, porém faltou acrescentarem a parte de que essas raízes estão essencialmente dentro de mim, não em um lugar qualquer construído pelas mãos humanas, e essas raízes fixas em mim são responsáveis em me fazer lembrar de tudo pelo que já passei um dia para me fortalecer, como se meu corpo fosse terra e cada situação fosse uma semente plantada nesse solo... Muitas coisas foram arrancadas dele, muitas tentaram permanecer mas não conseguiram, outras eu mesma fiz questão de matar e algumas ainda estão aqui, como princípios eternos que quero carregar comigo nessa caminhada.
Lar, meu caro, nem sempre é um lugar, às vezes é uma pessoa.